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Karina Núñez se define como 'feminista popular' Foto: Karina Núñez / BBC News Brasil |
"Quando criança, sempre quis ser professora. Mas acabei me prostituindo, como minha mãe, minha avó e minha bisavó."Com a quinta geração à sua frente, representada por suas filhas pequenas, Karina entendeu que queria romper este ciclo. E, para isso, percebeu que teria que lutar.
Karina Núñez começou a romper o ciclo atuando pelos direitos das mulheres e profissionais do sexo.
Ela é hoje uma líder sindical conhecida em seu país, tendo em sua agenda não só os direitos das mulheres e das trabalhadoras do sexo, mas também o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.
"Minha filha é a primeira após quatro gerações de prostitutas a ir para a faculdade e o orgulho não cabe no meu peito", contou, falando de sua filha Valeska.
Mas antes de chegar neste capítulo, é preciso falar da própria infância de Karina — que ela define como um misto de pobreza, incertezas e muita prostituição.
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Foto: divulgação |
Por um tempo, a mãe dela chegou a deixar de se prostituir, pois um homem que ela conhecia quis tirá-la da subordinação a um cafetão e criar Karina como filha.
Mas eram tempos de ditadura civil-militar no Uruguai, como em muitos outros países da América Latina.
"Ele virou então um preso político e nossa vida mudou completamente: minha mãe teve que voltar ao trabalho sexual."
Crescendo neste ambiente, o caminho dela logo se tornou o mesmo que de sua mãe, avó e bisavó.
"Quando você nasce no ambiente da prostituição, é muito difícil sair dele."
A prostituição é uma atividade regulamentada desde 2002 no Uruguai, um dos países mais liberais a esse respeito na região.
Mais informações no site: Terra.
Fonte: Terra
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